Como estudar espanhol nas Escuelas Oficiales de Idiomas?
- Bianca
- 13 de jul. de 2015
- 4 min de leitura
Hola, salamigo!
Você já está com o castelhano afiado ou ainda se enrola com o portunhol? Independente de qual seja a sua resposta, temos uma dica interessantíssima no post de hoje: estudar espanhol nas Escuelas Oficiales de Idiomas (EOI), uma iniciativa do Governo da Espanha para a difusão do ensino de línguas, inclusive, para a nossa sorte, do espanhol.
As vantagens de estudar em uma EOI são inúmeras, a começar pelo certificado expedido: oficial e homologável ao DELE do Instituto Cervantes. Além disso, por se tratar de um centro oficial e sem fins lucrativos, o preço do curso é bastante acessível, cerca de 170 € por quatro meses. Isto é, ao pagar esse valor no ato da matrícula, você não precisará desembolsar mais nada. Mas e o material? Existe alguma prova de nível? São quantas horas por semana? Como posso solicitar uma vaga?
Calminha que vamos responder todas essas dúvidas no vídeo acima, no qual há a participação da querida Vega Llorente, professora da EOI de Salamanca (se você tiver sorte, ela será sua professora também). Porém, como gostamos de deixar tudo bem claro e organizado, abaixo estarão disponíveis tópicos explicativos de cada ponto falado na entrevista e sobre unas cositas a mais que não puderam entrar no vídeo por uma questão de tempo.
Antes das coisas burocráticas, entretanto, vamos falar do mais legal: como eram as classes. A princípio, estranhei o horário, pois a aula começava meio dia e se estendia até às 14h. Isso me obrigou a adotar o horário de almoço espanhol, ou seja, comida só depois das duas da tarde.
Éramos em 11 garotas de diferentes nacionalidades: cinco brasileiras, uma eslovaca (das pessoas mais alegres que já conheci na vida), uma grega, uma finlandesa, uma síria, uma polonesa e uma alemã. Ah, havia também uma chinesa, mas que só apareceu um dia, então nem tivemos contato. Essa variedade cultural me fez aprender coisas novas a cada dia e a alegria da nossa professora, que nos concedeu a entrevista acima, tornava tudo ainda mais especial.
Estudávamos a gramática normativa, claro, mas também conversávamos muito. E sobre tudo! Era uma delícia. Ah, e sempre levávamos um lanche para dividir no intervalo. Provei da culinária de vários países e posso garantir que os brigadeiros brasileiros fizeram sucesso. Só de falar me bate uma saudade...
Além de tudo isso, fizemos alguns passeios: fomos à Biblioteca antiga da Universidad de Salamanca, às Torres da Catedral, à casa de Miguel de Unamuno e ainda completamos um pedaço do famoso Caminho de Santiago. Portanto, se você está afim não apenas de estudar uma língua, mas aprender mais da cultura espanhola e conviver com pessoas maravilhosas, estudar na EOI de Salamanca é a melhor opção.

Almoço com nossas colegas de classe e com nossa professora Vega

Jéssica percorrendo o Caminho de Santiago
Nossa bolsa era para um semestre na USAL, porém ainda no Brasil decidimos que estudaríamos também a língua espanhola. E, agora, posso afirmar com absoluta certeza: esses seis meses aqui não teriam sido tão mágicos se eu não tivesse me matriculado na EOI. Parte das minhas melhores lembranças salamantinas vivi ali. E também foi na escola de idiomas que conheci as pessoas mais queridas do meu intercâmbio.
Vamos, então, às informações práticas.
O que são as Escuelas Oficiales de Idiomas?
As EOI’s são escolas oficiais do governo da Espanha e, a depender da unidade na qual você se matricule, há cursos de vários idiomas. Com currículo próprio e professores especialistas, esses centros oferecem certificados oficiais. Há Escuelas Oficiales praticamente por todo o país, desse modo ainda que você não venha à Salamanca, poderá estudar em uma. No link abaixo, há uma lista de todas as EOI’s da Espanha, porém gostaríamos de recomendar firmemente a EOI de Salamanca, porque, convenhamos, não há lugar melhor na Espanha do que essa cidade preciosa.
Qualquer pessoa pode estudar na Escuela Oficial?
Sim, a partir dos 16 anos qualquer pessoa, cidadão europeu ou não, pode se matricular.
Como matricular-me?
Se você possui um certificado, ainda que não seja o DELE, poderá apresentá-lo na secretaria da escola e esperar a avaliação dos professores, que indicarão em qual nível deve se matricular. Essa é uma informação importante, porque eu (Bianca) pensava que aceitavam apenas certificados do Instituto Cervantes, por conta disso nem sequer tentei validar o meu (estudei espanhol no CLEM do Mackenzie) e acabei tendo de fazer a prova de nível.
O curso custou 168 € (pelos quatro meses, fevereiro à maio) e, no ato da matrícula, tivemos de pagar 5 € pelos serviços administrativos.
Prova de nível
Caso você não tenha como comprovar seus conhecimentos na língua ou, mesmo não havendo estudado, crê que tem condições de acompanhar um curso mais avançado do que o básico 1 (único que não exige prova de nível, obviamente) poderá fazer uma prova de acesso. O preço desse exame é de 30€.
Quando começa o período de matrícula?
Não há uma data fixa, mas os cursos estão divididos em dois quadrimestres: de fevereiro a maio, com matrícula e prova de nível geralmente na primeira semana de fevereiro; e de outubro a janeiro, com matrícula e prova de nível no final de setembro.
Material didático
Cada professor escolhe o seu. Tive aula com a Vega, que organiza sua própria apostila, e paguei 5€ pela Xerox já encadernada. A Jé, no entanto, foi aluna da Toñi e usou um livro que custava 25€ (mas também era possível tirar Xerox desse livro por 5€).
Carga horária
Para os cursos de certificação (B2, I2, A2) há aula de segunda-feira a sexta-feira, duas horas por dia. Para os demais, as aulas são de segunda-feira a quinta-feira, também por duas horas ao dia.
Avaliação
A Vega nos explica as três avaliações que ocorrem durante o curso. Mas reforçaremos aqui a última, que é a mais importante. Para ter direito ao certificado, o aluno tem que alcançar um aproveitamento de 60% nas quatro destrezas avaliadas: compreensão escrita, compreensão oral, expressão escrita e expressão oral. Há, todavia, duas convocatórias para a prova final. Assim, caso não seja aprovado na primeira chamada, poderá tentar novamente na segunda.

Visita à Biblioteca da Universidad de Salamanca
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