Viver em Salamanca: preços e opções de moradias
- Bianca e Jéssica
- 23 de jun. de 2015
- 6 min de leitura
Quando decidimos fazer intercâmbio, um milhão de dúvidas surgem em nossas cabecinhas. Podemos dividi-las em duas seções: “antes” da viagem, ou seja, a preparação e todas as burocracias que a acompanham, e o “depois”, tudo o que necessitamos para desfrutar (ou sobreviver!) durantes os meses em que estaremos fora. Pensando nisso, dividimos os posts segundo essa lógica, desse modo facilitamos a busca pelos temas. Hoje o assunto é moradia, um dos mais importantes quando se trata de viver em outro país.
Se está acompanhando nosso blog, presumimos que seu destino é Salamanca ou alguma cidade espanhola. Temos, então, uma boa notícia: viver na Espanha e, sobretudo em Salamanca, é relativamente barato. Claro que se opta por Barcelona, Madrid ou Sevilla, os custos serão outros, mas ainda assim menores do que se vivesse na França, por exemplo.
Salamanca é uma cidade pequena e universitária, o que a torna ainda mais cômoda e convidativa. Somente a Universidade de Salamanca, (sim, aqui há duas universidades, a Pontifícia, privada, e a USAL, pública) recebe anualmente 32 mil estudantes, dos quais 72% vêm de outra região da Espanha ou de outros países. Por conta disso, os salamantinos estão acostumados a receber jovens e ajustam os mais diversos serviços para facilitar a vida de quem acaba de chegar. Alugar um quarto, por exemplo, é muito fácil: esqueça toda aquela papelada, fiador, seguro caução e tal.
Existem várias opções de moradia e cada uma se ajusta a bolsos e necessidades diferentes. As principais são: casa de família, piso compartido (apartamento) ou residências universitárias. Nós vivemos em um “piso compartido”, o que, na nossa opinião, é a melhor opção para desfrutar da experiência do intercâmbio de uma maneira mais autêntica, mas é claro que as demais alternativas têm seus benefícios. Portanto, vamos falar um pouquinho dos prós e contras de cada uma para que, assim, possa escolher o que é melhor para você.
Para isso, conversamos com duas amigas que vão nos dar uma ideia geral do que é viver em uma residência ou em um piso compartido (terão de nos desculpar, porque nossa convidada que falaria sobre como é estar em uma casa de família não pode comparecer). Cristina Croitoru tem 21 anos, vive em uma residência universitária, é romena e estuda filologia hispânica e portuguesa. Carolin Stallinger, de 22 anos, é austríaca, também estuda filologia hispânica e divide um apartamento com outros estudantes espanhóis.
Antes de começarmos nosso bate-papo, porém, deixaremos aqui um resuminho com informações importantes de cada opção.
Piso compartido
Viver em um piso compartido é, sem dúvida, a opção mais barata e te oferecerá maior liberdade para aproveitar os meses nessa cidade MA RA VI LHO SA. É muito fácil encontrar apartamentos inteiros ou quartos individuais, e o melhor: sem burocracia. Em alguns casos, apenas um contrato simples assinado por você e pelo dono do imóvel. Mas onde os encontro? Faço um acordo antes ou espero até chegar à cidade? Tenho que pagar fiança ou algo parecido?
No nosso caso, achamos melhor fechar contrato ainda no Brasil, porque assim chegaríamos já com uma casa certa e não teríamos que pagar hotel para os primeiros dias. Mas há quem prefira conhecer o apartamento pessoalmente e, só depois, fazer um acordo.
Encontramos nosso piso em um site chamado Idealista (www.idealista.com.es) e, a princípio, estávamos receosas, porque havia fotos e uma ótima descrição, mas o dono, agora nosso já conhecido e querido José, pedia uma fiança (no valor de um mês de aluguel) com antecedência. Estávamos pirando: como vamos depositar o dinheiro para um desconhecido? E se essa cara for um farsante? Todas essas maluquices. No final das contas, decidimos arriscar (não sem antes investigar toda a vida do pobre! Pedimos facebook e whatsapp, fomos ao Google, procuramos referências...) e tudo saiu perfeito! Quando chegamos à rodoviária, lá estava ele nos esperando com as chaves do apartamento e uma carona que veio a calhar com todas aquelas malas que carregávamos.
Mas vamos ao que interessa: how much? No nosso caso, pagamos 160 euros por mês para dividir um quarto mega espaçoso (são duas camas de casal) e nesse valor já estão incluídas todas as contas (internet, água, energia, calefação, gás...). Uma colega que mora conosco, mas está em uma habitación individual (vamos nos acostumando com os termos) paga 240 euros.
Esse valor pode variar para mais ou para menos. Geralmente, como em todo lugar, de acordo com a localização. Porém é importante lembrar que Salamanca é pequena, assim, não faz sentido pagar quase o dobro do preço para viver ao lado da Plaza Mayor, se de qualquer jeito chegará ali caminhando em dez ou quinze minutos. Sem falar no incessante ruído daquela zona, sempre cheia de chavales.
Sites com anúncios de pisos:
Grupos de anúncios no Facebook:
Organização local que auxilia na busca de pisos:
Contato José:
O José é um cara muito legal, prestativo e de confiança. Ele administra uns 20 pisos de estudantes, por isso está mais do que acostumado a lidar com nossas aflições. Além de estar sempre por perto (qualquer probleminha, é só mandar um whats que ele aparece), também nos ha regalado un hornazo, prato típico da cidade. E, no primeiro dia, nos trouxe café da manhã, um fofo!
E-mail: jvf47@wanadoo.es
Whatsapp: +34 655 95 91 65
Residência Universitária
Si tienes pasta e valoriza a comodidade, talvez seja melhor procurar uma residência universitária. Ali, geralmente, terá seu quarto e as áreas comuns limpas periodicamente e, em alguns casos, todas as refeições incluídas. Ou seja, não terá de se preocupar com nada.
Como não optamos por residência, não podemos opinar sobre como é viver em uma. Deixamos isso a cargo de nossa amiga Cristina. Gostaríamos de lembrar, porém, que os serviços, bem como as regras, variam de residência para residência. Temos uma amiga italiana chamada Luna que vive na Residência Santa Inés, paga 500 euros por mês (uma das mais baratas com pensão completa), não pode receber visitas e durante a semana tem de estar de volta antes da meia noite, o que é ruim, visto que em Salamanca as melhores festas são às terças e quintas.
Mas ao que parece as regras não a incomodam. “Viver em uma residência me ajudou a melhorar meu espanhol, já que a maioria ali era espanhola. Além disso, estávamos juntas durante as refeições e nesses momentos se aprende muito sobre costumes e tradições diferentes dos seus”, conta a estudante de sociologia. Luna ainda destaca a segurança e comodidade de ter uma portaria que funciona 24h (aqui é muito raro encontrar um prédio com porteiro, mas visto que a cidade é SUPER tranquila, não há necessidade) “você se sente mais segura, porque sabe que dificilmente algo ruim vai acontecer e sempre tem alguém por perto para ajudar”, finaliza.
Contatos:
Residências da Universidad de Salamanca:
Site mencionado na entrevista (todas as residências da Espanha):
Casa de família
As famílias que recebem estudantes costumam ter suas próprias regras e oferecer serviços diferentes, de acordo com o valor cobrado. Umas estipulam um horário limite para voltar para casa, outras restringem ou proíbem visitas. Algumas, no entanto, como a que recebeu Clara Paiva, brasileira do Rio de Janeiro e estudante de economia, são completamente liberais e cobram um preço bem camarada.
Como nossa colega carioca não pode gravar o vídeo, nos contou por whats um pouco sobre a experiência na casa de sua xará espanhola. “Me senti muito a vontade, porque não havia regras e a convivência era tranquila. Almoçávamos e jantávamos juntos, mas eu passava quase o dia inteiro fora”, relata. O preço também a agradou, embora tenha ficado ali apenas por um mês, “paguei 190 euros pelos 30 dias e nesse valor estavam incluídas as contas e todas as refeições”.
Morar com uma família é bastante interessante do ponto de vista cultural, visto que você se aproxima dos hábitos e tradições locais. Para Clara, duas coisas lhe chamaram bastante atenção: o costume de dormir tarde (muito tarde! Lá pelas duas da manhã) e a quantidade de palavrões falados (em alto e bom tom) nas mais diversas situações, “mas isso pude comprovar também depois, quando passei a dividir piso com estudantes espanhóis”, completa.
Contatos:
Clara Rooms
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